sexta-feira, 27 de maio de 2011

Porque descompensam mais os homens?

Porque é que os homens descompensam mais quando terminam uma relação amorosa duradoura, mesmo que tenham sido eles a romper ou a desligar-se?


Falo aqui de descompensação comportamental e mental. De atitudes irreflectidas. De desequilíbrios que se manifestam pela forma como agem e que demonstram falta de estabilidade. Os homens literalmente ficam perdidos quando ficam sozinhos. Falta-lhes o chão. E depois metem-se em confusões onde se magoam e magoam quem se aproxima deles durante esse período.


Procuram companhias. Procuram sexo. Procuram mimos. Afastam de seguida quem caiu no erro de se aproximar demais, advogando que estão na defensiva e que não estão preparados para assumir compromissos. Mas no próximo momento de “solidão” ligam à vitima pedindo atenção e protecção. Logo que sentem o ego de novo inchado, pontapeiam a desgraçada sem quaisquer escrúpulos. E continuam neste baloiço de entra e saí, para cima e para baixo, enquanto precisarem ou até que a vitima se canse de ser almofadão de boxe.


Independentemente da descompensação ser algo que acontece naturalmente à mulher e ao homem após uma ruptura, a forma como geralmente descompensam é absolutamente diferente.


Os homens são sempre crianças. Seja aos 20, aos 30 e ainda mais aos 40! Têm maior dificuldade em estar sós. Em não ser mimados. Precisam mais de atenção e de quem lhes alimente o seu “grande” ego! E apesar de se auto-afirmarem muito independentes - é carapaça. Os homens vivem mais mal sem mulheres que as mulheres sem homens! Precisam mais de sexo que nós. Não apenas por prazer fisico ou necessidade fisiológica mas por vaidade também.


Repudiam o amor de mãe - não é isso que querem num relacionamento, dizem! Mas não conseguem despegar-se do cordão umbilical! Procuram de forma inconsciente em todas as mulheres esse Amor que lhes faltará sempre. E sentem-se defraudados!


Queixam-se das fala-baratas que as mulheres são. Mas chegar a casa, acender a televisão e ouvir silêncio. Ninguém a interromper o jogo de futebol para falar de uma trivialidade do dia ou ouvir por inteiro o telejornal sem discussões de opiniões e comentários pouco objectivos - os neurónios dos homens asfixiam!


Queixam-se da rotina e da falta de liberdade. Mas ao final de um ano, a jantar fora dia sim e não, com companhias - tanto arrasadoras e belas como arrasadoramente entediantes. A liberdade começa a ter um sabor amargo e a recordação de algumas rotinas ganha a cor da nostalgia que era comum às fotografias ganharem com o tempo, nos bons tempos em que havia fotografias de papel!


A maioria dos homens faz mais asneiras que as mulheres quando terminam um relacionamento sério. Não estou a dizer NEM todos os homens e NEM só os homens fazem asneiras!


Mas conheço mais homens a fazer mais asneiras e menos mulheres a descompensarem desta forma irreflectida. O luto das mulheres passa mais pelas teias de aranha, pelos jantares e bebedeiras com as amigas disponíveis, pelos inumeros tratamentos de beleza e emagrecimentos herbalife, pela mudança de vestuário para arrasar - arrasando não só quem vê como os cartões de crédito também!

Mas passa sobretudo por uma restruturação interna. Por vezes destrutiva no ínicio - dependendo do grau de sofrimento - até ao enterro profundo do defunto (com direito a choradeira e baboseira, cânticos e rituais masoquistas). A fase seguinte é a consciencialização e a análise já mais realista do que foi bom ou mau e ambos. Um dia acordam e sentem o primeiro rasgo de felicidade! Ainda bem que sobrevivi! E sentem-se heroínas de uma grande batalha. Nesse dia, compram o primeiro ramo de flores - amarelas, vermelhas, não importa e andam pela rua, vaidosas, de ramo na mão. A imaginar que os outros que passam por elas estarão a perguntar-se quem lhas ofereceu! E sentem-se ingenuamente felizes por imaginarem estar a ludibriar meio mundo. Mas ao mesmo tempo, felizes por se permitirem mimar-se a si próprias. E é em pequenos gestos como este, que as mulheres começam gradualmente a renascer depois de uma separação.


O processo de cura é mais consciente nas mulheres. É uma questão de natureza. Aceitamos mais facilmente o sofrimento. Somos mais práticas. Acendemos velas para atravessar a escuridão. Os homens precisam de quem lhes dê a mão. E de enxotar quem lhes dá a mão até que voltem a apaixonar-se como se fosse a primeira vez. São eternamente crianças crescidas.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

O Bom exemplo do Senhor do FMI!

O senhor do FMI, Dominique Strauss-Kahn de seu nome, julgou que os 2000 euros por noite que custava o quarto de hotel em Mannathan onde estava hospedado, incluía para além do pequeno-almoço, serviços sexuais extra: como sexo oral!

Desapontado, decidiu lançar-se num convite entusiasta e intenso à empregada de quarto. Como ela recusou e sendo ele quem é (ou mais exactamente no momento em que escrevo estas linhas, já era!) - presidente do FMI e com elevado potencial para ser eleito presidente de França, considerou impertinente e inaceitável a sua recusa. Ou seja, que uma mulher de 32 anos, classe baixa, empregada de hotel de luxo, não se deslumbrasse com um convite tão elogioso!

E não esteve para menos! Fracassado o convite, partiu para a tentativa de violação!


E depois, meteu o rabo entre as pernas, após a fuga da vitima, lembrando-se de repente que estava num país como os EUA, onde este tipo de crimes sexuais são severamente punidos e sobretudo, se forem praticados por grandes figuras politicas europeias (como ele) que defendem a continuidade de uma Europa unida que os americanos consideram incómoda!


E assim foi, nem chegou a apanhar o avião. Pobre do Senhor do FMI! Hoje já passou à história como Presidente desta instituição e a sua carreira politica parece para já, ter chegado ao fim - trate-se de conspiração ou não! - para além de apresentar neste momento um elevado score de 9 (numa escala até 10) de apanhar uma pena de prisão que pode chegar aos trinta anos.


E assim seja. Porque ninguém tem o direito de usar o poder de que usufrui para obrigar quem quer que seja (sem poder) a praticar actos sexuais contra a sua vontade. A perversão deve ser punida independentemente da classe económica a que se pertence e na minha opinião, ainda devia ser agravada em ordem crescente e paralela. Porque quem ocupa elevadas posições de proeminência social e politica ainda tem mais responsabilidades que os demais e é fundamental para a saúde mental da nossa sociedade que casos destes sejam bem punidos. Que sirvam ao menos de mau exemplo, para desencorajar outros que estejam em situações semelhantes ao Senhor do FMI (antes de ser descoberto!) a continuarem a praticar actos de puro egoísmo e perversão pessoal como este. Se não for por mais nada, que seja por medo de entalar “os respectivos” que têm debaixo das calças!


terça-feira, 3 de maio de 2011

Quantas vidas tem Bin Laden?

Os gatos têm sete vidas. E Bin Laden quantas tem? Ontem foi a última vez que o mundo acordou com a noticia vitoriosa divulgada pelos EUA de que através de uma operação secreta tenham conseguido finalmente “limpar o cebo” ao líder do Al-Qaeda e com isto a América festeja a vitória sobre o Islamismo e o terrorismo.


Não estou a querer pôr em causa a veracidade da noticia nem pretendo colocar sequer a hipótese de que ainda venha mais tarde a ser desmentida. Longe disso. A autópsia ao cadáver foi feita e comprovado ser o DNA de Bin Laden, apesar de ter sido logo atirado ao mar para cumprir os rituais islâmicos. Mas será que esta morte não provocará a reencarnação de fantasmas seus seguidores? Ou quem é que os EUA irão escolher para continuar a sua cruzada de super-potência salvadora do mundo?


Até que ponto são os americanos ingénuos ou julgam o resto do mundo ingénuo ou mentecapto para acreditar com “eles” que a morte do Bin Laden justifica por si só, uma celebração eufórica de vitória sobre o Islamismo e o terrorismo?


Nunca gostei muito dos filmes do Charlie Chaplin apesar de todo o simbolismo de criatividade, humor e inovação que personificam. Talvez porque quando eram exibidos na televisão, eu ainda ser demasiado criança para os entender. Mas a verdade é que nunca me fizeram rir, aborreciam-me e achava-os ridículos (perdoem-me os seus fãs!)

Sinto o mesmo quando presencio esta manifestação heróica dos EUA perante a morte do Bin Laden.


Não se entenda com isto que não partilho a opinião de que era urgente identificar o paradeiro deste criminoso da pior espécie, deste escroque da humanidade e que se fizesse justiça. Mas não uma justiça pelas próprias mãos como foi feita. Gostaria que tivesse sido julgado pelos crimes que cometeu e que levou outros a cometerem. Mas não me sinto no direito de celebrar o assassinato de alguém, sem antes ser julgado, mesmo quando se está a falar de um assassino em série e de um exacerbador de ódios. Porque considero que não é com actos de violência que se chega à Paz. O assassinato de Bin Laden não é o fim do terrorismo nem do Al-qaeda. Pode ser sim o principio de mais violência e de mais sangue de inocentes derramado!


Quantas vidas têm os gatos? E quantas tem Bin Laden? Quantas vezes se repetem os mesmos erros na História? Comunismo. Guerra Fria. Direito internacional de Ingerência humanitária. Kosovo. Iraque. Saddam Hussein.

Será que só os povos que viveram isto na pele não conseguem esquecer? Será que todos nós, os abençoados espectadores sentados no seu cómodo sofá da sala enquanto jantam, já apagaram tudo da sua memória descartável?


Perdoem-me de não conseguir aplaudir este teatro!