domingo, 20 de novembro de 2011

Aventura no elevador do El Corte Inglês!

Todas as regras têm uma excepção. Se até ontem eu julgava que todos os funcionários do El Corte Inglês eram profissionais da mais elevada qualidade, eficiência e formação, mudei de ideias! Há sempre uma ovelha ranhosa em todo o lado, certo? E eu encontrei-a. 
Estava apressadíssima ao final do dia para ir buscar duas saias à lavandaria, correr de seguida ao supermercado para comprar o leite de soja light que está em promoção e só há mesmo lá e o seitan assado que adoro para fazer saladas....olhei para o relógio, vi 19h30 - ainda tenho tempo de ir buscar ao quinto piso, em 5 minutos, a correr, o Tupperware que preciso para os cereais e aproveitar o desconto de 20% - pode terminar entretanto! - É num instante, (pensei). 
Num instante? Só se for em pensamento! Na prática, tem de se ter muita paciência. Três elevadores. Hora de ponta. Seis andares, sub-cave e ainda os pisos do parque de estacionamento! Nota-se que conheço muito bem o El Corte Inglês, não se nota?
Enfim...decidi respirar calmamente. Vá, não olhes para as horas outra vez. Só passaram 2 minutos. Mesmo assim a espera até não foi longa! Entrei no primeiro que parou e cuja  seta verde indicava que ia para cima. Qual é o meu espanto, quando me vejo a ir até aos subúrbios das caves e sub-caves, a fazer uma sauna involuntária dentro de um elevador apinhado. E ainda bem que eu não sofro de claustrofobia! Claro que não pude deixar de expressar o meu desapontamento: “Vai descer? Caramba. Mas indicava que ia subir!”. Outro casal que estava ao meu lado acabou por concordar com o meu desabafo, afirmando também que o sinal do elevador tinha indicado ir subir! Eu rematei a conversa dizendo que já não era a primeira vez que isto acontecia: os sinais verdes levavam a enganos destes!
De repente, ouço um trovão. Um gato enraivecido, a salivar perante a sua presa. Vou-te comer...mas antes, parto-te aos pedaços! “Não são os elevadores que estão mal sinalizados. Voçê é que se enganou. Eles estão certos.” E passou a vociferar uma série de desinformações atabalhoadas que me fizeram ficar mais confusa quanto à funcionalidade dos elevadores! Vou ter de lá voltar e reparar bem, eu própria, para ver se entendi! Custa-me a crer que precise de um manual de instruções para elevadores! 
O dito indivíduo sai esbaforido. Zangado. A fixar-me pela última vez para garantir que eu - a sua presa - tinha ficado mesmo estatelada no chão, em pedaços! Só os ossos! 
Os seus queridos elevadores estão certos! Afinal, eu não sabia que os elevadores podiam ser pessoas e haver alguém com tanto carinho e compreensão por eles. Defendeu-os como irmãos! Só lhe apeteceu dizer: seus canalhas, se não entendem os meus queridos amigos....ãh, as setas verdes todas trocadas?! ãh, é porque são burros! E depois vêm para aqui dizer mal do meu trabalho!
Ficámos os três perplexos. Ainda bem que naquele momento já não havia mais ninguém no elevador. Senti-me pequenina. Quase ia ficando com um olho negro, só por ir comprar um Tupperware ao El corte inglês! 
No final, eu só consegui balbuciar: “mas o que foi isto? Quase ia levando uma sova!”. O rapaz que fazia parte do casal protagonista comigo, disse: “só pode ser o responsável dos elevadores!”.
Recuei então uns segundos no filme que tinha acabado de viver: e só podia ser mesmo um funcionário do El Corte Inglês. Usava farda. Eu é que não tinha reparado!
O importante aqui não era discutir quem estava certo ou errado. Como profissional devia ter-nos informado com bons modos. E mais nada.
O importante aqui é que o El Corte Inglês é conhecido por ter um serviço ao público eximio e que não encontra comparação em termos de qualidade, eficiência e formação: o cliente tem sempre razão. Ponto. Mesmo quando não tem! 
Se este senhor se esqueceu do principio que rege esta cadeia para a qual trabalha, já é mau. Muito pior é a sua falta de boas maneiras e formação! 

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Do que é que as mulheres se queixam?

Numa amena cavaqueira entre mulheres, surgiu espontaneamente uma queixa comum relativa aos seus parceiros: todos dormem demasiado! Só querem dormir nos fins de semana, em vez de ocuparem o tempo com outras actividades mais interessantes. Dormem depois de almoço, dormem a seguir ao jantar, quando o despertador toca, nunca toca só uma vez para os acordar e voltam a adormecer depois do sexo!
Porque tanto dormem os homens?!
Fui vasculhar alguns artigos que têm saído em várias publicações e há realmente motivos hormonais - que não me apetece agora estar para aqui a descrever - que criam diferenças entre o sono das mulheres e dos homens. Quem estiver interessado, vá ao Google...
Mas as queixas mais frequentes das mulheres relativamente aos seus cônjuges não se ficam por aqui. Existe outra no top das preferências: ajudarem pouco nas tarefas domésticas; ou então, serem pouco atenciosos no dia a dia; ainda em relação ao sono, há os que ressonam muito e parecem autênticas locomotivas - quem consegue dormir?!
São geralmente mais egoistas na tomada de decisões ou na escolha das suas prioridades, dizem elas! 
Pensam muito em sexo e não percebem as diferenças hormonais e até mesmo os diferentes graus de desejo sexual pelos quais as mulheres passam durante a semana: quando estão stressadas, não. Quando estão cansadas, muito menos...claro que não! E se estão a fazer alguma coisa mais interessante...é óbvio, nem pensar! E há ainda as dores de cabeça ou para as mais compulsivas, as enxaquecas! 
As mulheres também se queixam deles serem pouco compreensivos, ou seja, não compreendem as luas femininas nem adivinham os seus desejos! Outra queixa muito comum, é a de se esquecerem de ligar por tudo e por nada. E são massacrados por estarem ausentes. Dizem poucas vezes, o quanto as amam - porque não sabem que elas não conseguem ler esse amor pelas suas acções. 
Há ainda as que se queixam de que prestam pouca ajuda e vigilância aos filhos ou que não têm grande paciência para eles! Enfim, as mulheres têm uma lista infindável de queixas a fazer dos “seus homens”!
Eu na realidade, não sei quem é mais incompreendido: se o homem ou a mulher!
As mulheres idealizam um mundo perfeito onde gostariam de viver e não se satisfazem por menos. Os homens não conseguem imaginar sequer esse mundo secreto onde elas vivem! 
As mulheres constroem tudo de raiz, pilar a pilar, tudo arrumado e aí, de quem lá vá meter o nariz! São muito senhoras de si e do seu espaço. Os homens vagueiam por vários espaços, sem se organizar, de acordo com as suas vontades e desejos momentâneos. 
As mulheres pensam de mais e acabam por se perder nos seus próprios meandros dos pensamentos. Os homens pensam pouco, desde que o seu caos esteja em ordem, não pensam. Entretem-se com os seus afazeres e os seus hobbies. Vivem felizes com menos. Contentam-se por menos. 
As mulheres assistiram a muitos filmes românticos na adolescência. Os homens preferem os filmes de ação. Elas vivem nesse mundo imaginário em que tudo é perfeito e lidam mal com a imperfeição. 
Elas querem mudar o mundo. Queixam-se. Eles acomodam-se a viver com o que têm e vão alterando pequenas coisas no seu dia a dia. Ou não alteram nada.
No entanto, acho que o fulcral da questão de existirem tantas queixas acumuladas tem a ver sobretudo com um único fator: as mulheres subjugam-se mais no inicio dos relacionamentos. Fazem parecer ser o que não são. São menos verdadeiras que os homens. E depois fartam-se mais depressa de se esforçar e sacrificar em prol da outra pessoa. E daí, as queixas frequentes. Estão sempre à espera que lhe retribuam em gratificações, os “sacos” que tiveram que engolir. A maioria dos homens não está para isso. São mais genuínos nas relações. São mais verdadeiros desde o ínicio. Não escondem tanto os defeitos e por isso, também não exigem tanto. Por vezes, também eles precisariam de ser mais compreendidos! 

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Perdão

Ao meu Avô


Se fosse fácil perdoar, seriamos todos Madres Teresas de Calcutá, Mandelas ou Jesus Cristo. Mas estes são excepção! Não são simples mortais como nós. Com visceras e defeitos...pelo menos tão salientes!
Perdoar dói. Não perdoar doi também!
A capacidade de perdoar existe em todas pessoas, só que em quantidades e a velocidades diferentes. Não vale a pena discutir nem opinar sobre isso, porque cada um processa o seu dom de perdoar de uma forma muito pessoal e intransmissível. Por vezes, até inconsciente.
O perdão entra no nosso coração com o passar dos dias. É necessário primeiro sofrer, ralhar, afastar, não compreender. Depois à medida que nos afastamos, as águas turvas começam a limpar e um dia, a lagoa volta a ter água pura e transparente. E no fundo dessa lagoa, peixes novos nascem e vegetação floresce e os raios de luz iluminam a àgua de cores intensas. O Perdão surge então como um raio de Luz, atravessando a lagoa e abrindo o coração de par em par!
Mas há momentos em que as pessoas precisam de se afastar. Chega-se a situações em que o beco sem saída das discussões, mal-entendidos, acusações, mágoas e reprimendas só possibilitam esse fim. Por maior que seja o sofrimento, é esta a melhor decisão. Nós humanos, somos muito estúpidos. Embutidos de sentimentos, confudimos tudo. A distância torna-se então imprescindível para compreender ou aceitar. 
No principio, a mínima ideia de Perdão causa calafrios. Perdoar? Isso é coisa de fracos! Nunca. Jamais. Nevermore. “ O que me fez, desta vez é indesculpável!” - estejamos a falar de quem quer que seja. Há histórias sangrentas de todos os tipos e para todos os gostos. As pessoas chateiam-se por muitas razões. Guerreiam sem sentido. Mas não é dessas lutas mesquinhas que eu falo.
Falo de pessoas que gostam muito umas das outras. Relações de verdadeira amizade, familiares ou amorosas. E que por qualquer motivo - nunca é só por um - começam a desentender-se. Até terem de se separar. Para sempre. Ou por uns tempos. A dor  inunda a decisão. Mas racionalmente não há outra opção. 
Quem me está a ler neste momento, poderá discordar de mim: dizendo que há sempre a possibilidade do perdão. Mas quando o perdão já foi inumeras vezes usado e com demasiada frequência. A sua capacidade esgota-se. E o seu poder praticamente desaparece. Somos humanos. Perdoamos até determinados limites. 
Por isso, é que pessoas que gostam muito umas das outras, por vezes têm de se afastar. Para não se odiar. Para salvarem o seu próprio amor! Parece antagónico eu estar a dizer uma coisa destas. Mas não é. Quando duas pessoas começam a falar em dialetos diferentes ou só se ouve ruidos nas comunicações. Não há outra hipótese. Tem de se cortar. É como o Spam que recebemos por email. Tem de se excluir e apagar. 
E depois vem o tempo. A receita tradicional para todos os males. Por mais inovações que a medicina invente, não há nada que o supere. O tempo acalma. Faz-nos entender o que não sabiamos explicar ou mesmo que nunca venhamos a entender, ajuda-nos a não dar tanta importância ao que aconteceu. Ajuda-nos a deixar apenas de culpar ou acusar e  à medida que a saudade daquela pessoa de quem nos separámos aumenta, conseguimos também descobrir que nem sempre agimos da melhor forma. Podíamos ter feito diferente. E é aí que o Perdão ganha terreno dentro do nosso coração. Quando no meio dos nossos silêncios, surge a imagem dessa pessoa ou mesmo nos nossos sonhos e vemo-nos a abraçá-la! O amor ressurge com uma nova intensidade.
E há um dia em que pegamos em nós e temos a coragem que nos tem faltado até agora. E tornamos aquele abraço de sonho e há tanto tempo tão desejado, realidade! Nesse momento, sabemos que podemos fazer diferente. Vamos recomeçar! 
O Perdão é o príncipio...de uma vida mais feliz!