terça-feira, 1 de novembro de 2011

Perdão

Ao meu Avô


Se fosse fácil perdoar, seriamos todos Madres Teresas de Calcutá, Mandelas ou Jesus Cristo. Mas estes são excepção! Não são simples mortais como nós. Com visceras e defeitos...pelo menos tão salientes!
Perdoar dói. Não perdoar doi também!
A capacidade de perdoar existe em todas pessoas, só que em quantidades e a velocidades diferentes. Não vale a pena discutir nem opinar sobre isso, porque cada um processa o seu dom de perdoar de uma forma muito pessoal e intransmissível. Por vezes, até inconsciente.
O perdão entra no nosso coração com o passar dos dias. É necessário primeiro sofrer, ralhar, afastar, não compreender. Depois à medida que nos afastamos, as águas turvas começam a limpar e um dia, a lagoa volta a ter água pura e transparente. E no fundo dessa lagoa, peixes novos nascem e vegetação floresce e os raios de luz iluminam a àgua de cores intensas. O Perdão surge então como um raio de Luz, atravessando a lagoa e abrindo o coração de par em par!
Mas há momentos em que as pessoas precisam de se afastar. Chega-se a situações em que o beco sem saída das discussões, mal-entendidos, acusações, mágoas e reprimendas só possibilitam esse fim. Por maior que seja o sofrimento, é esta a melhor decisão. Nós humanos, somos muito estúpidos. Embutidos de sentimentos, confudimos tudo. A distância torna-se então imprescindível para compreender ou aceitar. 
No principio, a mínima ideia de Perdão causa calafrios. Perdoar? Isso é coisa de fracos! Nunca. Jamais. Nevermore. “ O que me fez, desta vez é indesculpável!” - estejamos a falar de quem quer que seja. Há histórias sangrentas de todos os tipos e para todos os gostos. As pessoas chateiam-se por muitas razões. Guerreiam sem sentido. Mas não é dessas lutas mesquinhas que eu falo.
Falo de pessoas que gostam muito umas das outras. Relações de verdadeira amizade, familiares ou amorosas. E que por qualquer motivo - nunca é só por um - começam a desentender-se. Até terem de se separar. Para sempre. Ou por uns tempos. A dor  inunda a decisão. Mas racionalmente não há outra opção. 
Quem me está a ler neste momento, poderá discordar de mim: dizendo que há sempre a possibilidade do perdão. Mas quando o perdão já foi inumeras vezes usado e com demasiada frequência. A sua capacidade esgota-se. E o seu poder praticamente desaparece. Somos humanos. Perdoamos até determinados limites. 
Por isso, é que pessoas que gostam muito umas das outras, por vezes têm de se afastar. Para não se odiar. Para salvarem o seu próprio amor! Parece antagónico eu estar a dizer uma coisa destas. Mas não é. Quando duas pessoas começam a falar em dialetos diferentes ou só se ouve ruidos nas comunicações. Não há outra hipótese. Tem de se cortar. É como o Spam que recebemos por email. Tem de se excluir e apagar. 
E depois vem o tempo. A receita tradicional para todos os males. Por mais inovações que a medicina invente, não há nada que o supere. O tempo acalma. Faz-nos entender o que não sabiamos explicar ou mesmo que nunca venhamos a entender, ajuda-nos a não dar tanta importância ao que aconteceu. Ajuda-nos a deixar apenas de culpar ou acusar e  à medida que a saudade daquela pessoa de quem nos separámos aumenta, conseguimos também descobrir que nem sempre agimos da melhor forma. Podíamos ter feito diferente. E é aí que o Perdão ganha terreno dentro do nosso coração. Quando no meio dos nossos silêncios, surge a imagem dessa pessoa ou mesmo nos nossos sonhos e vemo-nos a abraçá-la! O amor ressurge com uma nova intensidade.
E há um dia em que pegamos em nós e temos a coragem que nos tem faltado até agora. E tornamos aquele abraço de sonho e há tanto tempo tão desejado, realidade! Nesse momento, sabemos que podemos fazer diferente. Vamos recomeçar! 
O Perdão é o príncipio...de uma vida mais feliz!

1 comentário:

  1. Gostei mt Elsa em especial do parágrafo que diz... "Por isso é que as pessoas k gostam mt umas das outras por vezes teem k se afastar..."
    Beijinhos

    Ana

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