Ao meu Avô
Se fosse fácil perdoar, seriamos todos Madres Teresas de Calcutá, Mandelas ou Jesus Cristo. Mas estes são excepção! Não são simples mortais como nós. Com visceras e defeitos...pelo menos tão salientes!
Perdoar dói. Não perdoar doi também!
A capacidade de perdoar existe em todas pessoas, só que em quantidades e a velocidades diferentes. Não vale a pena discutir nem opinar sobre isso, porque cada um processa o seu dom de perdoar de uma forma muito pessoal e intransmissível. Por vezes, até inconsciente.
O perdão entra no nosso coração com o passar dos dias. É necessário primeiro sofrer, ralhar, afastar, não compreender. Depois à medida que nos afastamos, as águas turvas começam a limpar e um dia, a lagoa volta a ter água pura e transparente. E no fundo dessa lagoa, peixes novos nascem e vegetação floresce e os raios de luz iluminam a àgua de cores intensas. O Perdão surge então como um raio de Luz, atravessando a lagoa e abrindo o coração de par em par!
Mas há momentos em que as pessoas precisam de se afastar. Chega-se a situações em que o beco sem saída das discussões, mal-entendidos, acusações, mágoas e reprimendas só possibilitam esse fim. Por maior que seja o sofrimento, é esta a melhor decisão. Nós humanos, somos muito estúpidos. Embutidos de sentimentos, confudimos tudo. A distância torna-se então imprescindível para compreender ou aceitar.
No principio, a mínima ideia de Perdão causa calafrios. Perdoar? Isso é coisa de fracos! Nunca. Jamais. Nevermore. “ O que me fez, desta vez é indesculpável!” - estejamos a falar de quem quer que seja. Há histórias sangrentas de todos os tipos e para todos os gostos. As pessoas chateiam-se por muitas razões. Guerreiam sem sentido. Mas não é dessas lutas mesquinhas que eu falo.
Falo de pessoas que gostam muito umas das outras. Relações de verdadeira amizade, familiares ou amorosas. E que por qualquer motivo - nunca é só por um - começam a desentender-se. Até terem de se separar. Para sempre. Ou por uns tempos. A dor inunda a decisão. Mas racionalmente não há outra opção.
Quem me está a ler neste momento, poderá discordar de mim: dizendo que há sempre a possibilidade do perdão. Mas quando o perdão já foi inumeras vezes usado e com demasiada frequência. A sua capacidade esgota-se. E o seu poder praticamente desaparece. Somos humanos. Perdoamos até determinados limites.
Por isso, é que pessoas que gostam muito umas das outras, por vezes têm de se afastar. Para não se odiar. Para salvarem o seu próprio amor! Parece antagónico eu estar a dizer uma coisa destas. Mas não é. Quando duas pessoas começam a falar em dialetos diferentes ou só se ouve ruidos nas comunicações. Não há outra hipótese. Tem de se cortar. É como o Spam que recebemos por email. Tem de se excluir e apagar.
E depois vem o tempo. A receita tradicional para todos os males. Por mais inovações que a medicina invente, não há nada que o supere. O tempo acalma. Faz-nos entender o que não sabiamos explicar ou mesmo que nunca venhamos a entender, ajuda-nos a não dar tanta importância ao que aconteceu. Ajuda-nos a deixar apenas de culpar ou acusar e à medida que a saudade daquela pessoa de quem nos separámos aumenta, conseguimos também descobrir que nem sempre agimos da melhor forma. Podíamos ter feito diferente. E é aí que o Perdão ganha terreno dentro do nosso coração. Quando no meio dos nossos silêncios, surge a imagem dessa pessoa ou mesmo nos nossos sonhos e vemo-nos a abraçá-la! O amor ressurge com uma nova intensidade.
E há um dia em que pegamos em nós e temos a coragem que nos tem faltado até agora. E tornamos aquele abraço de sonho e há tanto tempo tão desejado, realidade! Nesse momento, sabemos que podemos fazer diferente. Vamos recomeçar!
O Perdão é o príncipio...de uma vida mais feliz!
Gostei mt Elsa em especial do parágrafo que diz... "Por isso é que as pessoas k gostam mt umas das outras por vezes teem k se afastar..."
ResponderEliminarBeijinhos
Ana