quarta-feira, 22 de junho de 2011

A Claúdia Vieira...as pessoas humildes e arrogantes!

Ontem encontrei a Claúdia Vieira no hospital da luz (quem quiser encontrar gente famosa, apareça por lá)! Tinha ido a uma consulta com a filha, Maria - perguntei-lhe o nome - enquanto partilhavamos uma intima viagem no elevador! As crianças são sempre o pretexto perfeito para se meter conversa ou para sair de incómodos quando não há tema de conversa, certo?


Sobretudo porque eu nem sabia bem o que havia de dizer...não me lembrava do nome dela sequer ou dos programas de televisão que tem apresentado. Apenas me vinha à cabeça, Triumph! E foi com esta descrição que o meu namorado soube logo de quem se tratava quando lhe liguei a contar: claúdia Vieira, como não?


E ali estava ela...a boazona por quem os homens se babam (perdoem-me a expressão rasca e a Claúdia também!) com a filha ao colo: simples, vestindo umas calças de ganga e uma Th-shirt, umas sabrinas no pés, sem maquilhagem e radiante por estar no papel de mãe!


Falámos muito pouco, porque como devem imaginar, entre o elevador e o pagamento do estacionamento, foram uns breves minutos que partilhámos até nos despedirmos e eu lhe desejar muitas felicidades!


E porque é que de repente estou a escrever sobre ela? Porque a Claúdia é daquelas pessoas de quem apetece ficar-se amiga. É humilde, meiga e não é arrogante!


Hoje em dia alimenta-se muito o espírito de que se deve manter as distâncias, criar uma imagem de sucesso, ser sério, acabar com a espontaneidade e manter altas todas as defesas, cercarmo-nos de um muro - vive-se uma nova Guerra Fria de mentalidades! Desconfia-se de todos e não se confia em ninguém. E é por isso que há por aí, um sem numero de gente arrogante. Que se acha muito boa. Que são os melhores no que fazem, na imagem que construíram para apresentar aos outros e na altivez com que agem para quem depende deles ou os encontra no seu caminho.


Passam os dias a repetir mesmo sem palavras e apenas nos gestos que ensaiam: sei tudo, sou o melhor, ninguém me chega aos calcanhares!


Não quero recriminar quem vive assim, ensaiando de manhã à noite, diante dos espelhos por onde passam, esta imagem de perfeição arrogante. Quero é homenagear as pessoas que são mesmo muito boas no que fazem e não sentem necessidade de se evidenciar ou estar sempre a esfregar isso na cara dos outros.


Pela experiência que já vou tendo e pelas pessoas que tenho tido o privilégio de conhecer, acredito nesta máxima: os melhores são os mais humildes. São pessoas que têm um elevado espirito de curiosidade que os move a querer aprender mais todos os dias e estão despertos para aprenderem coisas novas nas mais variadas áreas e com quem quer que seja. Absorvem de todas as pessoas o melhor que cada uma lhes está a dar no momento. Em vez de se concentrarem em si mesmos, vêem os que os rodeiam e apercebem-se da sua humanidade. Dão valor aos outros pelo que são e preocupam-se em ser melhores pessoas. Estão atentos às suas dificuldades e emoções. E não perdem a sua espontaneidade porque são extremamente seguros daquilo que são.

As pessoas humildes, sabem que é muito importante fazer bem o que fazem mas mais importante é ser-se o que se é.


A humildade e a arrogância são características que se encontram em pessoas de todas as classes sociais e em qualquer profissão. Não é estirpe dos famosos, do pobre ou do rico. É uma questão de personalidade. É como ter boa índole ou não.


Os arrogantes podem ser muito bons. Ninguém lhes tira pelo menos as crenças que convictamente parecem vender aos olhos dos outros. Mas são as pessoas humildes que encantam o mundo! E é a sua humildade singela e altruísta que nos apaixona e os faz ser os melhores...em qualquer parte e a fazerem o que fizerem! Porque sabem em todas as circunstâncias sair de si próprios e entregar-se aos outros, sem deixarem de ser autênticos no que são e naquilo que defendem.


domingo, 19 de junho de 2011

Novo Episódio do Gato fedorento - A Praia!


As minhas idas à praia com o meu namorado são dignas de um episódio para o Gato Fedorento.


Eu já lhe disse que estou arrependida de ainda não o ter gravado. Estamos a passar ao lado de uma grande oportunidade para ganhar guita e em vez disso, só nos chateamos.


Senão vejam. Passo a descrever dentro das minhas limitações vocábulas e pouco dadas a inspiração humorística a cena que se passa quando consigo arrastá-lo até lá. Entenda-se por “Lá” - terras brancas, escaldantes e com um precipicio azul, de águas gélidas e profundas - definição de praia.


Para começar, ele só se deixa enganar quando lhe faço buzinar aos ouvidos, o isco almoço na praia. “Escolhe tu o restaurante”, digo. E lá vamos.

Enquanto o manjar estiver servido, tudo bem e nada digno de registo. O manancial começa a seguir. Quando ele vem arrastado até ao areal como quem caminha para a guilhotina.


Na penúltima vez, as coisas até correram bem, porque ele conseguiu aguentar-se debaixo do guarda-sol entretido com o seu I-pad cerca de duas horas. E ia-me avisando à medida que a bateria estava a terminar, “ainda dá para ires tomar outro banho...faltam 17% de bateria”, mas eu até acabei por ser poupada e antes que terminassem as pilhas do “abençoado entretem”, eu própria já estava com a barriguinha a dar horas para irmos almoçar.


Ontem não levámos chapéu de sol - era só mesmo para ir almoçar! - e eu antevi logo que as coisas não iam correr assim tão bem.


Mal acabámos de almoçar, lá fui eu sedenta estender-me na areia poucos metros à sua frente. Entretanto sua excelência que - sofre de horrores de um calor desumano que vem das têmporas da clavícula debaixo dos braços até ao pêlo mais curto da barba por fazer - decide mesmo assim (leia-se, sem guarda-sol!), fazer-me o jeito de vir ter comigo ao areal, porque entretanto ainda não tinha conseguido falar com o pai para ir pôr o barco na água e também não tinha arranjado companhia para continuar no bar de praia - ou seja, entediado já ele vinha e decide estamuerar-se em cima duma esteira (pouco quente também) vestidinho como veio ao mundo para sair de casa ontem: Th-shirt branca e calções pretos. Não pense o maior raio de sol que vai ter a sorte de lhe passar pelos buracos miudinhos do algodão da Th-shirt! Aquilo é à prova de UVA/UVB e fotosintese e anti-envelhecimento, pele branquinha e sedosa, sem necessidade de comprar cremes para hidratar. A alta cosmética que se cuide com o meu namorado. Não é à conta dele decerto que fazem os biliões de lucros todos os anos! E os anúncios dos modelos bronzeados da Piz-buin não foram decerto inspirados na sua pele branca de azulejos de cozinha - o bronzeado dele é o recorte da Th-shirt (decidi não utilizar pedreiro!).


E ali fica. A olhar para mim e para a paisagem circundante. A transpirar por todos os lados. Ou sem conseguir transpirar, porque a pele não tem por onde expressar tanta manifestação de calor, a não ser pelas inspirações e expirações ruidosas que sua excelência exalta com tanto fulgor, para que eu note o seu mau-estar e pesadelo.


Vira e revira-se - tipo enguia que está a ser caçada e com um olhar de “estás a matar-me, não vês?” sem qualquer piedade me atira. Temos que nos sentir mal os dois!


Ele porque sim. Gosta de praia, diz ele. Mas a partir das oito da noite - digo eu- ao pôr-do-sol e se houver um barzinho, com boa música, limonadas frescas ou champanhe (conforme os desejos dos dias!), boa companhia e nem lá pôe os pés. A praia como pano de fundo. Sem areia. Sem água. Sem calor. Sem tostadeira.

E eu porque me fico a sentir culpada do rapaz estar a agonizar, com os pés para a cova. A fazer o sacrificio de uma vida, tipo declaração de amor mas envenenada. E pior ainda, nem consigo enxergar o poder e a dimensão daquele sacrificio de amor supremo e de holocausto. A praia por este amor. Este amor é o fim da praia.


Até que chega o momento fatídico. Ele a agonizar de calor, de tédio, de contra-vontade, a sufocar nos segundos e minutos que aguenta estar 30 graus debaixo do sol, vestido. E eu a agonizar, a olhar para ele e a contar os segundos, os minutos que aquele desgraçado vai aguentar ao calor, sem se despir. E para acalmar os meus próprios animos e descontrair daquele sofrimento conjunto, digo-lhe “vou tomar banho”. Não queres? É pergunta que nem faço. Porque qualquer temperatura que a água do mar tenha, é sempre gélida para aquele corpinho de brasa.


Regresso do banho. Fresca. Ele atordoado. E depressa me passa o efeito refrescante do banho quando olho para ele. Ele está no equador. A temperatura alta já rebentou qualquer medição de mercúrio. Olha para mim, rebola os olhinhos que eu gosto tanto, mas que naquele momento me exprimem que ele já ultrapassou o maior entedianço e prostração que um ser humano consegue atingir e diz resoluto: “querida, vou dar uma volta. Estou impertinente.” Acreditem que ele não é nada bom a expressar sentimentos, porque se o fosse, no mínimo, eu seria atingida por um foguetão a alta velocidade! Aguentou 10 minutos, 44 segundos.


A praia não é decididamente o nosso programa forte. Mas também não pode ser o nosso calcanhar de aquiles.


Escrevi estas linhas para que nos rissemos os dois. Porque é com humor que certas divergências têm de se levar.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Caro Dr. Passos Coelho,

Esta é a carta que eu quero que leia antes de iniciar oficialmente o seu mandato de primeiro-ministro.


Sou uma jovem de 25 anos, sou mestre pelo Tratado de Bolonha em Psicologia Clínica, estou a trabalhar num call-center porque já não suporto mais estar dependente dos meus pais e tenho o meu orgulho! E depois, também tenho dois bracinhos e duas pernas (como se costuma dizer) e não são para estar parados, gosto de trabalhar!

Não tive sequer oportunidade de fazer um estágio na minha área desde que me formei e por isso nem a carta profissional consigo obter para exercer a minha profissão. Ironicamente a Ordem dos Psicólogos pede-me quotas para pagar para puder candidatar-me a um estágio profissional, sem me garantir sequer que o arranje. Primeiro o dinheiro! - como os ladrões, quando nos assaltam!

Perguntei-lhes como poderia eu, estar a pagar quotas estando desempregada? Não me responderam. O que por outras palavras (se as tivessem usado) significa: desenrasca-te!


Mas não é para falar de mim que lhe escrevo. É para lhe pedir que cumpra duas promessas enquanto Primeiro-Ministro de Portugal:


Primeiro, que seja honesto no cumprimento das suas funções! Deixe-se de mentiras. Vai ver que, se optar pela verdade, por mais dura que ela seja, só terá a ganhar. Nem que seja o respeito de quem o ouve. E por favor, prometa apenas o que puder cumprir.

Em segundo lugar, deixe de olhar para o passado, a atirar culpas para os que se foram embora e a repetir os erros cometidos. Isso já não pode ser mudado. Faça você agora o que acha que deve ser feito! Ninguém anda para a frente a olhar para trás, a não ser que queira dar uma valente queda!


Ainda ninguém sabe muito bem o que é que nos vai acontecer mas já estamos todos conscientes de que vai ser difícil. Por vezes quando ouço os noticiários e os analistas políticos a falarem sobre a situação desastrosa em que o meu País se encontra, não posso deixar de me sentir como acontecia na escola e o professor me mandava escrever 100 vezes a seguinte frase: “Tenho de ouvir o professor com atenção e estar calada!”. Só que desta vez, sinto-me a ser castigada injustamente.


Não percebo nada de Politica e se quer que lhe diga, nem paciência tive para acompanhar a campanha eleitoral. Mas do pouco que ouvi, pareciam todos uns cães de caça a ladrar uns contra os outros e senti-me perdida, sem me identificar com nenhum dos discursos que ouvi.


Sabe, Dr. Passos Coelho, eu sou jovem, exijo soluções para tudo e não senti em nenhum de vocês como candidatos, terem a resposta para os problemas do meu País. E isso deixa-me ansiosa e sem confiança.


Acho que todos, sem excepção, se têm concentrado demasiado em desfiar culpas, em vez de apresentarem projetos concretos para criar emprego e condições para nos tornarmos uma economia competitiva.


Tem alguma ideia para manter viável o Sistema de Saúde nacional, Dr. Passos Coelho? E como acha que pode implementar os cuidados continuados dos idosos ou de quem precise e que não tem familiares que os apoie ou que não têm lugar num lar de idosos público? E o Sistema de Educativo? Não será altura de reanalisar a necessidade de certas licenciaturas e até criar novas, mais práticas e de onde o país possa tirar mais-valias e as pessoas que os frequentem não se sintam depois frustradas sem terem trabalho?


Não quero baralhá-lo com todas as questões que tenho para lhe fazer, por isso vou ficar por aqui. Relembro-lhe apenas que a sua responsabilidade é acrescida e que ainda que tenha havido uma abstenção superior a 41% e que na realidade pouco mais de 1/4 da população portuguesa tenha votado em si, o Doutor tem o dever supremo de nos governar a todos e de pensar em 1º lugar no que é melhor para o seu país.

Não quero desanimá-lo com esta carta, quero antes que ela sirva de consciencialização das responsabilidades que tem pela frente. Mas olhe, pense positivo, as coisas estão tão más que só podem melhorar!


Aconselho-o a escolher as pessoas certas para o ajudar a governar melhor e deixe-se de amigos! Não confio em si, da mesma maneira em que não confio em ninguém neste momento, mas quando lhe escrevo esta carta é para lhe dizer que antes de o julgar ou emitir alguma opinião sobre si, vou aguardar antes que mostre o que vale.


Quero voltar a acreditar que tenho futuro no meu país. Não me obriguem a emigrar!


Não vou maçá-lo mais, quero que se concentre na sua missão de governar o meu País. Não se deslumbre com o Poder. Eu vou ficar atenta e vou segui-lo de perto para saber se está a cumprir o que lhe pedi. E qualquer dia destes, volto a dar noticias. Estou cá com umas ideias de criar um projeto para integrar os idosos - porque eles podem ser produtivos, sabe? - que, ainda lhe peço para marcar uma entrevista...quando tiver tudo delineado na minha cabeça.


Cumprimentos da Carolina.

domingo, 5 de junho de 2011

Divina é a música!


Antes de começar a ler estas linhas, escolha uma música que tenha para si um significado especial e ponha-a a tocar. Respire fundo e prossiga então a leitura.


A musica tem o poder de nos transportar para vários momentos da nossa vida e de nos fazer sentir certos sentimentos como se voltassemos atrás. Conseguimos rever-nos e recordar tudo com uma transparência que doi de tão real parecer.


Tenho a certeza que toda a gente percebe do que é que estou a falar. Toda a gente tem músicas que ouviu muito durante certas fases da sua vida e que encerram capitulos ou abrem outros. Que nos fazem lembrar amigos, acontecimentos, despedidas, noites de loucura, um amor perdido, uma discussão, uma aventura, amigos que nunca mais vimos desde a faculdade, outros que conhecemos numa viagem fantástica e que o atlântico ou o pacifico separam de nós, um colega de trabalho que entrou na nossa vida como amigo e nunca mais voltamos a ver. Uma praia deserta, com um pôr-de-sol laranja e uma plenitude sem limites. Uns lábios que nunca mais se tocaram, dois corpos que se entrelaçam de saudades e sufoco no reencontro, à luz de uma lua incrivelmente cheia.


Uma música que significa paz. Outra guerra. Uma vitória. Outra missão. Uma música que nos apaziguou depois de um pranto. Outra que nos fez chorar mais ainda por saudades de alguém que não estava. Uma que é principio. Outra que nos lembra o fim de algo. A música que nos transmite energia. Euforia. Alegria. Que nos faz levantar os braços e pular, estejamos onde estivermos. A música que nos torna melancólicos. E que nos faz desejar abraçar os nossos entes queridos!

A música que nos dá esperança e a que nos acompanhou em tantas viagens de carro para organizar o pensamento. A que nos lembra a dor que em certos momentos nos dilacerou. E que é ao mesmo tempo testemunha da nossa força de sobrevivência.


A música é abençoada. É o filme a cores da nossa vida que podemos pôr a rodar sempre que quisermos. Faz-nos lembrar os cheiros, os sitios, os locais onde já estivemos. Embebeda-nos de recordações. Mantem-nos jovens para sempre.

Cada um de nós tem as suas músicas. As que nos tocam o coração de uma forma secreta e especial que, só nós sabemos ou com quem partilhamos esse segredo, esses momentos....essa parte da vida!


Neste momento estou a tentar lembrar-me do nome do Deus da música. Mas não me vem à mente. Aliás, confesso até a minha ignorância...será que existe? Não sei...mas sei que sem música não eramos quem somos. A música é expressão. É movimento. É liberdade. A música é divina! Mesmo que não exista nenhum Deus que a tenha inventado. Deus criou o Homem e ele criou a música!