sexta-feira, 1 de julho de 2011

Angélico...destino ou má sorte?


A morte é o lado negro da vida. É sempre horrível. Mesmo quando se está à espera. Porque nos tira sempre alguém de quem se gosta muito ou mesmo quando a pessoa em questão não nos é próxima, se for por exemplo alguma personalidade com quem simpatizávamos ou alguém com grande obra pública feita, sente-se de alguma forma a perda. Mas aceita-se.


Quando se é jovem acredita-se sempre um pouco na eternidade. E quem rodeia os jovens acaba também por acreditar nisso, pois é neles que se deposita o futuro. Por isso, quando por qualquer motivo, a morte irrompe e interrompe abruptamente a vida de um jovem, é antes de mais um choque. Nunca se compreende. E não se aceita.


Hoje os jornais encheram-se com a noticia da morte do Angélico, o herói dos Morangos com Açucar. Mas antes dele, já tinha morrido o amigo que ia ao lado dele no carro. E ainda há o terceiro jovem que ia atrás e que também está entre a vida e a morte. Dos quatro que iam naquele carro, só um está fora de perigo - o único que usava cinto de segurança!


Não vale a pena estar a fazer conjunturas nem atirar culpas ou tentar encontrar razões que nunca nos farão entender estas mortes estúpidas! Mas são tragédias como estas que nos fazem pensar e questionar o sentido da vida. O que vimos cá fazer? Teremos um destino pré-determinado, com data, hora e local de nascimento e morte? Há situações que podemos evitar? Acima de nós, existirão anjos bons que nos protegem, mas que por vezes, também se distraiem e acontecem dramas como este, fabricados por algum anjo mau e velhaco?


A morte em jovem é mais traiçoeira, é macabra, é hedionda. Onde nasciam flores, o campo fica seco. A luz do sol é encoberta por trovoadas. A noite não tem luar. O mar fica negro. Os rios deixam de correr. O silêncio é perturbado por uma dor imensa que não tem mais fim para os que ficam apavorados perante a perda de um filho, de um neto, de um parceiro! O choro da alma dá gritos que asfixiam o coração que deixa de bater. “Porque não fui eu em seu lugar?”, pensa-se. “O que fiquei cá eu a fazer? É castigo?”.


A morte é a única coisa que temos como certa mal nascemos. Mas ninguém nunca está preparada para ela. Sobretudo para ver morrer aqueles que mais se amam.


Julgo que o Angélico era uma estrela para muitos adolescentes portugueses. Os seus amigos eram jovens anónimos. Mas tenho a certeza que qualquer jovem que morre, vai para o céu e transforma-se numa Estrela...para sempre!


Sem comentários:

Enviar um comentário