terça-feira, 26 de julho de 2011

Taxas moderadoras para as reformas?

Uma das questões que mais me preocupa para o meu futuro é ter praticamente a certeza de que estou a descontar para uma Segurança Social que se está a ver que, a continuar como existe actualmente, será insustentável a muito médio prazo.


Por mais que nos queixemos da situação em que nos encontramos, temos de ser razoáveis e pensar no seguinte: como é possivel o estado estar a pagar reformas, durante mais de 20 anos e até 30 anos a pessoas que já não são activas há tanto tempo?


Veja-se o caso dos militares ou dos pilotos, por exemplo, que obtêm muitas reformas antecipadas por incapacidades físicas de exercerem as suas funções. Se cada um deles, viver pelo menos até aos oitenta, o período de tempo que beneficiam de uma reforma é quase superior ao tempo útil de trabalho.


Não é preciso ser-se muito bom em contas para perceber que a Segurança Social como existe hoje tem os dias contados: por um lado, com os salários tão chorudos que têm surgido nas últimas 2 décadas para determinadas funções e com a agravante, de muitos conseguirem até acumular uma reforma e um salário; e por outro lado, o aumento da esperança de vida para cerca dos 80 anos. Dois mais dois, não dá três!


Por isso, é urgente fazer reformas e bem estruturadas, para que as pessoas como eu, que se encontram por volta dos 30 anos, não se vejam sem outra hipótese que não seja, descontar obrigatoriamente para uma reforma hipotética e ainda terem de poupar para a velhice porque essa reforma nunca vai existir na altura de se reformarem.


Porque não se criam então, taxas moderadoras também para as reformas? Quer em termos de tempo a partir do qual passem a ser diminuídas - por exemplo, quinze anos de sobrevivência após a idade da reforma - quer em termos de valores. As reformas acima dos 2000 euros devem ser taxadas com uma percentagem superior às dos 1500 e assim sucessivamente.


Há valores actuais de reformas que são completamente inconcebíveis, todos nós estarmos a pagar com os nossos salários durante dez anos, quanto mais quinze ou vinte!Ultimamente, tem-se falado muito nos salários dos pilotos da TAP, por causa das suas múltiplas greves e tem surgido em vários jornais o valor do seu salário médio que ronda os 8500 euros! Por mais riscos e responsabilidade que a sua carreira acarrete - e ninguém diz o contrário! Sobretudo eu, que adoro viajar de avião e quero continuar a chegar sã e salva aos meus diversos destinos - mas convenhamos! Imaginem um piloto que por volta dos 56 anos se retira por problemas de visão. Vive até aos 85 anos. Mesmo que a sua reforma sofra descontos por ser antecipada, esse piloto beneficiará de uma reforma choruda do estado durante 29 anos! Ufff.... caramba!


E o caso dos pilotos, é apenas um. Há muitos outros casos de funções com valores exorbitantes, os magistrados são outro exemplo!


Eu sei que não agrada a ninguém ver a sua reforma diminuída ao longo dos anos que sobrevive sem estar na vida activa, mas mais grave ainda é para aqueles que, têm uma longa vida activa pela frente e já nem sequer terão reforma, se tudo se mantiver como está.


As taxas a serem criadas, teriam de ser pensadas com equilíbrio e moderação: não fará sentido uma reforma de 500 euros, sofrer uma diminuição de 20% a partir do décimo ano de sobrevivência, mas uma reforma de 4000 euros, poderá sofrer uma penalização de 30%.


Acho que os novos tempos nos exigem que deixemos de pensar apenas no nosso próprio umbigo. Devemos começar a pensar como cidadãos de uma Nação e aceitar e formentar reformas que possibilitem a sustentabilidade de uma sociedade mais digna, mais igualitária e mais justa.


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