domingo, 4 de setembro de 2011

A Esperança no fim das férias!


O fim das férias sabe sempre a limonada amarga, a melancia passada ou a peixe frio. Uma pessoa não escapa à nostalgia dos belos dias de prazer, da ausência de horários e de obrigações, da inutilidade bestial de só fazer o que lhe apetece e das quimeras que por vezes lhe passam pela cabeça de quando regressar, fazer e ser diferente!
As férias são um verdadeiro escape à rotina que nos desatina, ao stress que tantas vezes nos consome e à falta de tempo e até de paciência para olharmos por nós mesmos!
É bom ser inútil, pelo menos uma vez por ano e ocupar o tempo da maneira mais estapafúrdia que nos passar pela cabeça, sem sentir o peso de consciência de se estar a deixar de fazer alguma coisa que é mesmo necessária ou obrigatória! 
É maravilhoso estar de papo para o ar na praia, sentindo os raios de sol secarem-nos o biquini molhado a seguir a um refrescante mergulho. E sentir a franca preguiça e bem merecida de não ter mais nada para fazer senão mesmo isso: torrar os miolos ao sol! Tzzzzzzz.......... “Se me apetecer, daqui a nada, pego no livro que estou a ler, senão me apetecer, não pego! Ninguém me chateia....vou para a sombra e quem sabe, faço a sesta dos nossos amigos espanhóis - utópica no resto dos dias do ano! É tão bom ser preguiçoso, com direito e sem remorsos!”. Que a Sr. Merkel, não me leia!
Apesar de ser muito dificil regressar ao ritmo de trabalho...o primeiro dia, é como se um camião nos tivesse passado por cima: sonos trocados, energia em baixo, corpo e cérebro a pedir que se mantenha a inércia do “só fazes, se quiseres e se te apetecer”. Mas mesmo assim, é bom regressar! 
Sem querer parecer hipócrita ou estupida! Pondo de lado o desejo avassalador que qualquer comum europeu tem de ganhar o Euro-milhões e escapulir-se para muito longe de tudo o que é perto, sem deixar rasto e rir-se a bandeiras despregadas de todos os que por aqui permanecem - a bulir - e a sofrer por meia dúzia de tostões e a fazer contas desesperadas com as mãos metidas no fundo dos bolsos (rotos, com certeza!)! 


À parte de todos esses devaneios que nos ocorrem geralmente quando estamos fartos de tudo e não vemos a mais pequena saída...repito que também é bom voltar à nossa vida e retomar o nosso caminho! Rever as pessoas de quem gostamos e com quem lidamos no nosso dia-a-dia e que demonstram sinceramente que também gostam de nos voltar a ver e ter por perto; é bom contar o que fizemos e por onde andámos e trocar impressões! Está toda a gente com muito mais energia, mesmo os que não estão tão bronzeados. 
As férias são uma espécie de tónus existencial e é imprescindível aproveitá-lo no regresso, sem o gastar de um impeto. Aproveitá-lo para pegar em projetos adiados ou criar novos que nos permitam seguir em frente com esperança e determinação. Eu não sei se a esperança será uma palavra do agrado da Srª. Merkel ou dos srs. da Troika, mas é um estado de espirito que se deve estimular o mais possivel dentro de cada um de nós. E graças a Deus, é dos poucos bens que ainda podemos possuir, adquirir e criar em abundância sem que esteja sujeito a qualquer imposto! Por isso, não poupemos na Esperança!

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