terça-feira, 1 de março de 2011

A inveja só pode ser mulher!

Se as mulheres se unissem e fossem realmente solidárias umas com as outras, teríamos o mundo nas mãos! O problema é que nos encaramos como concorrentes e invejamos nas outras aquilo que nos falta, muitas vezes sem qualquer razão.

Fala-se muito da discriminação de que as mulheres são alvo para ser escolhidas para lugares de topo e esquecemos de que essa discriminação começa por nós próprias. Se uma mulher tivesse de escolher para chefe entre um colega homem, medianamente competente e sem ser particularmente perspicaz e uma colega mulher fora de série e extremamente competente, qualquer mulher não hesitaria em escolher o colega homem. Por uma única razão: porque não aguentaria as entranhas a arderem-lhe de inveja e de complexo incompreendido “mas eu sou melhor que ela...só que ninguém vê!”.

As mulheres preocupam-se mais em ser melhores que as outras do que serem realmente boas naquilo que fazem. Perdem a concentração para aquilo que é importante. É como se usassem óculos para corrigir a miopia e do que elas sofrem é de estigmatismo.

Uma mulher quando atinge um lugar de destaque não precisa de fazer asneiras para cair, basta que esteja rodeada de meia dúzia de mulheres, que estas sim, se concentram em arruinar a sua carreira, acabando com a sua reputação. Quem melhor do que uma mulher para recriar a vida de outra mulher? Um homem por mais que se esforce, não consegue tamanha imaginação maquiavélica.

As mulheres não são maiores porque não querem...competem para ser melhores...usando sempre o mesmo termo de comparação: as outras! Por vezes nem conscientes disso estão. Inventam defeitos e mal feitorias à concorrente, colocando-a num estrado tão reles e tão baixo a que ninguém quereria lá chegar. É uma forma de auto-motivação mas ao contrário. “ser como ela?! Humm...nem pensar. Que horror! Já ouviste o que eu acabei de saber?”

Mesmo entre amigas, as mulheres conseguem manter a competitividade em níveis comparáveis aos dos grandes atletas, com índices de adrenalina que só quem é mulher consegue compreender! Apesar de não querer ser corriqueira, vou ter de usar aquela expressão perfeitamente conhecida porque ela traduz a verdade. Quem é que ainda não ouviu dizer que uma mulher quando se arranja, veste-se primeiro a pensar nas “outras” mulheres, depois em si....e os homens ficam em último lugar?!

E socialmente, entre as mulheres há sempre aquelas conversas sobre os namorados ou maridos. Quem tem o relacionamento mais feliz e mais bem sucedido? As mulheres conseguem ouvir-se umas às outras e decorar ponto a ponto as conversas e os pormenores, fixando aqueles aspectos que fogem à memória do mais comum dos mortais (diga-se, homens!) para ressaltar depois noutra conversa já com outra amiga, apenas aquelas entrelinhas que fazem sobressair os podres do namoro ou do casamento das amigas! “Não vês, ela bem quer esconder estas coisas, mas quem está com eles percebe logo que há algo ali que falha...ele é um egoísta de primeira!”

Quem recebeu o presente de anos mais fantástico? Quem foi às Maldivas em Lua-de-mel? Quem vai aonde na Páscoa? As mulheres têm o condão de iludir as outras com as suas maravilhosas fantasias como se fossem verdade e conseguem tecer verdadeiros dramas às vidas alheias para se iludirem na sua vidinha pequenina e insatisfatória.

As mulheres não conseguem ir mais longe porque vivem a fazer corridas de competição a vida inteira entre elas! Gastam energias desnecessárias.

Eu sei que não me fica bem falar assim das mulheres, enquanto mulher que sou! Mas é isso que eu sinto. Sobretudo a nível profissional, é muito difícil ter-se amigas....eu já nem uso o termo amigas, que é um bocado irrealista: parceiras! Parceiras de trabalho, de se partilhar os mesmos objectivos e de se trabalhar para o mesmo fim, nem que seja por trabalharmos na mesma empresa e o sucesso dessa empresa signifiquem em última análise, o nosso sucesso também! Mesmo enquanto profissionais, as mulheres não se conseguem abstrair de ser mulheres e de estarem sempre a provar umas às outras as suas inúmeras qualidades infalivelmente superiores! Por isso é que se deixam atrasar. Desnorteiam-se nos objetivos

Por vezes é desesperante a forma como nos sentimos ser alvo de discriminação por parte das outras colegas mulheres, por fazeres bem o teu trabalho, por seres competente, por seres reconhecida pelo teu mérito e pelo teu profissionalismo e ao mesmo tempo, porque és bonita, porque te cuidas e porque aparentas ser feliz! (Ora, já cá faltava o meu lado eufórico de ser Mulher!)

A inveja tem mesmo nome de mulher. É uma doninha mal cheirosa que anda por todo o lado e está sempre à espreita!


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