quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Procuram-se Sorrisos!

Tenho procurado ideias para escrever sobre temas alegres! Não me apetece escrever sobre assuntos sérios. Por isso mesmo tenho-me colocado a observar as pessoas com quem me cruzo na rua: tentar encontrar manifestações de alegria, amizade, risos estridentes, sorrisos partilhados. Não sei se sou eu que ando nos sítios errados ou a más horas, mas todos estes gestos parecem-me em vias de extinção!

Na semana passada apercebi-me do dia do sorriso que foi uma campanha criada pelas estações de rádio nacionais para motivar ou desafiar as pessoas a manifestações de alegria, como a sorrirem umas para as outras, mesmo sem se conhecerem! E eu que fiquei realmente motivada com a iniciativa, coloquei-a em prática mal saí de casa logo pela manhã, quando parei numa passadeira e sorri especialmente para uma senhora a quem dei passagem! No entanto, ela não só pareceu ficar atónita com o meu sorriso como pareceu nem ter gostado! Pois fixou-me uma segunda vez, entre o incrédulo e o desdém e sem diminuir a tensão na expressão facial, virou-me a cara e seguiu a sua vida inalterável!

A propósito disso tenho aprofundado a minha observação às manifestações de alegria alheias e confesso que vejo muito poucos sorrisos na rua, nos locais de trabalho, nas lojas, nos cafés, por todos os espaços por onde ando...será que nos tornámos numa sociedade macambúzia? Maldisposta, tensa. Vivemos zangados uns com os outros, sem paciência, cansados das vidas que temos! Nervosos, sempre à espera de qual vai ser a próxima má noticia. O que pode ainda acontecer de pior? E isso traduz-se na falta de sorrisos por todo o lado...

É verdade que nos últimos tempos, também não há muitas razões para celebrar. Só o Eng. Sócrates é que parece comemorar a venda da nossa dívida pública com juros próximo dos 7%, como se se tratasse do mais Nobre produto made in Portugal, como o Vinho do Porto, o Azeite ou o Fado! É difícil não nos revoltarmos com tudo o que se está a passar e é natural que as más energias de fora nos trespassem por dentro! Mas temos que saber dar a volta a todo este pessimismo!

Eu até me estaria a preparar para me recusar definitivamente a assistir aos telejornais da noite - sejam de que canal sejam, venha o diabo escolher qual o mais agressivo e sensacionalista! São autênticos filmes de terror! - Não fosse o pavor ainda pior de ficar completamente ignorante!

Julgo que a SIC Noticias neste momento é o canal que nos transmite com a maior seriedade as informações da actualidade, com excelentes programas de debates políticos, com uma criteriosa selecção de lideres de opinião e sem ser demasiado facciosa. Por isso mesmo quero elogiar o profissionalismo dos jornalistas desta estação porque não se caracterizam nem pela agressividade nem pela arrogância ou sensacionalismo exacerbado que estamos habituados a ver noutros canais, nomeadamente na SIC generalista. Aqui as noticias são transmitidas para causar verdadeiros pesadelos às pessoas.

Não estou a dizer com isto, que o conteúdo das notícias que nos são transmitidas não seja relevante. A forma exagerada com que as transmitem é que causa uma certa desinformação! Hoje para além de termos de despender tempo a informarmo-nos, temos também de despender de algum tempo de sobra para filtrarmos!

Alguém já reparou no bombardeamento que os próprios jornalistas trazem expresso na cara e na voz quando entrevistam alguém ou estão a descrever os pormenores de uma notícia? E é este terror que caracteriza a guerra de audiências que se está a propagar por todo o lado e se expressa diariamente nas faces das pessoas que encontramos nas ruas, nos empregados de café, nos funcionários dos supermercados, no vendedor de jornais (de más noticias) e mesmo no vendedor de castanhas assustado pelas más vendas, nos funcionários das repartições públicas que nunca foram muito simpáticos e desde que lhe foram aos bolsos ainda pior estão, nos vendedores de lojas, na padaria...enfim, por todo o lado! É a pandemia da má disposição! Ninguém sorri para ninguém. E suspeita-se de quem sorri....ou quer alguma coisa ou está maluco!

Não se ouvem elogios ou mensagens de encorajamento. Andamos todos combalidos, respira-se a doença do medo e o contágio da desmotivação! É urgente uma vacina que prevenisse estes males! As pessoas vivem encarceradas em dias de desalento: vale mais estar quietinho e continuar mal do que isto piorar! Cerram-se os lábios para não mostrar os dentes. Não vá haver algum mal entendido!

Por isso quero dar os meus parabéns a todas as pessoas que andam nesta engrenagem mas em sentido contrário. Dito de outra forma, contribuem para diminuir a nossa má disposição, para nos dar boas noticias e fazer-nos acreditar que há razões para sorrir e que é possível fazer diferente e melhor todos os dias, através de pequenos gestos de atenção uns com os outros, de sorrisos de alento, de elogios honestos e oportunos, de laços de entreajuda e de disponibilidade para dar tempo aos outros!

Confesso que neste momento me sinto num verdadeiro impasse: entre não resistir à tentação de dar 2 ou 3 casos que para mim fazem toda a diferença, assumindo desde já que me vou esquecer pelo menos de uma mão cheia de exemplos que cada um de vocês se poderá entretanto lembrar a propósito desta crónica; ou optar por deixar à imaginação de cada um, procurar na sua cabeça e enumerar mentalmente os casos que segundo a vossa opinião merecem essa felicitação!

Mas não fosse eu quem sou: a que tem sempre opinião sobre tudo e teimosa por sufrágio universal e ficaria por aqui, rematando com um “parabéns” sem destinatário especifico e por isso incluindo todos os que contribuem de uma forma geral para minha felicidade. Na rádio, na TV, na rua, alguns vizinhos, amigos, desconhecidos até, pelo comportamento positivo que têm e pelas palavras cheias de luz que proferem!

Mas como disse, seria preciso que não fosse eu quem sou! Por isso, aqui vão os meus PARABÉNS dirigidos entusiasticamente a quem de memória me inspirou esta crónica: o Nuno Markl e a sua Caderneta de Cromos que pelas manhãs me inspira de inveja saudável a ter ideias felizes e contagiantes; o programa Portugueses no Mundo da RTP1 que, para além de me permitir viajar por cidades e países incríveis, conta histórias simples e genuínas de pessoas que partiram em busca de novos desafios e primeiro, tiveram coragem e hoje têm sucesso!

Quero dar também os meus parabéns ao Pingo Doce pela campanha com que popularmente me identifico e pela cantiga que se colou à memória da língua e são saí dos ouvidos e me faz lá ir sempre bem disposta, comprar o que preciso e algo que nem preciso assim tanto, sem a noção de estar a gastar o meu dinheirinho.... “Zero de incerteza, zero de preocupação...” É o ser-se enganado porque gosto, de sorriso na boca e querer mais! “Pingo Doce, venha cá!”

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