quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

E que tal, mais uma verruguinha...?


A maldade deveria vir escarrapachada na cara das pessoas. Para que quando se olhassem ao espelho sentissem vergonha do que fizeram e para que os outros as descobrissem mais facilmente. Quanto mais maldades fizessem, mais feias ficavam - como as máscaras das bruxas que se compram no carnaval! Tenho a certeza de que assim era possivel diminuir a maldade da face da terra. Já imaginaram se por cada maldade, lhes caíssem os dentes ou  aparecesse um dente podre? Ou então, o cabelo começasse a ficar verde; noutras vezes, a seguir a cada pensamento mau ou acção má, ficassem com uma pelada no cabelo ou aparecesse uma verruga enorme mesmo na ponta do nariz! As deformações podiam ser de vários géneros e quanto mais criatividade melhor, não interessa! A partir do momento em que surgissem, só desapareciam se fossem compensadas por uma catrefada de boas acções praticadas. As pessoas más ficariam em muito maus lençóis!
Eu sei que isto faz lembrar o pinóquio e pode parecer uma ideia muito infantil. Mas há pessoas que parecem só ter maldade dentro delas. Dizem só coisas negativas sobre os outros e com o objectivo de achincalhar, inventam histórias para denegrir os colegas, magoam e traiem as pessoas que confiam nelas, tudo nelas é falsidade. Como é feita então a justiça?
Há quem diga que todos temos dentro de nós, um anjo bom e outro mau. Eu não acredito nisso. É verdade que somos humanos e todos erramos. Quem não pregou já uma boa mentira a alguém de quem até não se gosta muito ou em quem não confia? Quem não desejou já um “vai-te lixar” num momento de irritação? Quem é que não inventou alguma história sobre um conhecido ou disse mal até de um amigo que teve uma atitude menos própria connosco? A diferença está, é se essas atitudes estão carregadas de maldade ou não.
Também é verdade que nem sempre controlamos o que sentimos. Mas existe uma voz dentro de cada um de nós, a que eu chamo a nossa essência. O nosso eu mais verdadeiro. Aquele que de quem não nos conseguimos esconder ou disfarçar. Quando estamos a mentir, diz-nos logo, “vá lá, a mim não me enganas!”. E é essa voz  - carregada de bons ou maus valores, que nos comanda e faz a destrinça entre pessoas boas e más, conforme os casos. Há quem tenha simplesmente uma voz de lobo - a essência má. E desta ideia, ninguém me faz arredar pé.
Há pessoas que são essencialmente más. E outras essencialmente boas. Por isso é que eu penso que deveria haver uma forma de as identificar e fazer justiça. Porque nos filmes e nos contos de fadas, o ajuste de contas é sempre feito no final. No entanto, na vida nem sempre é assim. Há pessoas que passam uma vida inteira a fazer mal a todos de quem se aproximam. Criam verdadeiros caminhos de sofrimento e devastação e parece que são intocáveis. Não é por acaso que existe o provérbio: “vaso ruim não quebra!”. 
E como não acredito na justiça natural nem em tangas infaliveis “do cá se faz cá se paga” e não consigo dar a outra face depois de ter levado uma bofetada, parece-me que a única solução seria aparecer-lhes a seguir a cada maldade uma deformação física visível, para se sentirem mal com o mal que provocam aos outros. Porque as pessoas que têm uma essência boa, quando erram, sofrem com a sua consciência. Não fizeram com má intenção. E arrependem-se. Ouvem a tal voz a repudiá-las e a chamá-las à razão. Enquanto que as pessoas más são lobos esfomeados que nunca estão satisfeitos, são insaciáveis. Se ficassem com as suas maldades cravadas na pele, seria a única forma de travar a maldade destas pessoas, uma vez que os seus valores não lhes criam consciência pesada.
E que tal mais uma verruguinha?...

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